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Pensando nisso... 16/11/2017 0 Comentários

Citações diretas – Formatação

Continuo, aqui, a falar sobre “Citações”. Caso você precise saber para que servem, os tipos, algumas expressões e verbos para utilizar em citações, acesse o post anterior: Citações – O que são? Para que servem?.

Ao citar o autor, de forma direta, você pode fazer de diferentes formas:

  • Calvino (1990, p. 11) afirma: “Há coisas que só a literatura com seus meios específicos nos pode dar”.
  • Segundo Calvino (1990, p. 11): “Há coisas que só a literatura com seus meios específicos nos pode dar”.

Observe, nesses exemplos com a mesma citação, como funciona a pontuação e a forma. Nesses dois casos, usam-se dois pontos pela fala do autor ser o início da frase dele: Há coisas. Caso for a parte de uma frase (cujo início é omitido), usa-se da seguinte forma:

  • Calvino (2000, p. 17) aponta que livros clássicos, antigos ou modernos, “[…] servem para entender quem somos e aonde chegamos […]”.

Nesses casos, não se utiliza dois pontos, ex.: Calvino (2000, p. 17) afirma que “[…]….”. Segundo Calvino (2000, p. 17), “[…]…”.

Observe que, pela ABNT, usa-se “[…]” (com 3 pontinhos, nem 2, nem 4) no lugar das partes que foram omitidas. Nas citações diretas, o número da página “é obrigatório”. No entanto, muitas vezes, não há um número de página, é o caso de sites, por exemplo. Quando não há o número da página, eu costumo utilizar “n.p.”, ex.: (CALVINO, 2000, n.p.). Contudo, algumas revistas e universidades possuem outras formas para isso (como s/p).

Outra forma de citar é trazer o autor ao final da citação:

  • “Há coisas que só a literatura com seus meios específicos nos pode dar” (CALVINO, 1990, p. 11).

Observe que o nome do autor fica entre parênteses e todas as letras em maiúsculas (isso pela ABNT). Esse é o mesmo caso das citações com mais de 3 linhas, que precisam vir recuadas, fonte menor e espaço simples, como expliquei no primeiro post. Exemplo:

Enquanto o professor de português fica apenas analisando se o sujeito é “determinado” ou “indeterminado”, por exemplo, os alunos ficam privados de tomar consciência de que ou eles se determinam a assumir o destino de suas vidas ou acabam todos, na verdade, “sujeitos inexistentes”. (ANTUNES, 2003, p. 17, grifos da autora).

Observe que na citação recuada, elimina-se o uso das aspas no início e no fim da citação. No caso dessa citação, Antunes quis chamar a atenção para 2 palavras e 1 expressão usando aspas. Apesar de aspas não serem propriamente grifos, eu coloquei “grifos da autora” por ela utilizar as aspas para destacar algo. A ABNT não aborda sobre aspas nesse sentido, apenas negrito e itálico. No entanto, no meu entendimento, a autora trocou o negrito ou o itálico pelas aspas, fazendo, assim, papel de grifo. De qualquer forma, lembre-se de usar grifo/s do autor/da autora quando ele/ela destaca algo em seu texto.

Outro exemplo de grifo:

  • Petit aponta que “[…] não é a biblioteca ou a escola que desperta o gosto por ler, por aprender, imaginar, descobrir. É um professor, um bibliotecário que, levado por sua paixão, a transmite através de uma relação individual” (PETIT, 2008, p. 166, grifos da autora).

Ainda em relação às aspas, veja o que acontece em citações até 3 linhas:

  • Para Lajolo (2005, p. 33, grifo da autora): “Comentar a leitura é uma boa forma de incentivar o leitor a ‘fazer sentido’ do que lê ou do que ouve ler. Ler e ouvir entendendo ensina que leitura não é mera sucessão de sons ou de letras”.

Na citação direta até 3 linhas, utilizam-se aspas no início e no final da citação, como nesse exemplo que trouxe. Caso haja aspas do autor citado, como em Lajolo, elas viram aspas simples, como em ‘fazer sentido’ – são aspas dentro de aspas: “…. ‘….’…”.

 

Importante: Nas citações diretas, copie exatamente o que autor escreveu. Não mude palavras e não corrija o texto. Caso haja inadequações, coloque [sic] ao lado da palavra. Contudo, cá entre nós, quando há um erro bobo – como aconteceu outro dia em uma revisão (havia uma vírgula entre o sujeito e o verbo (o que não pode)) -, eu arrumo. Você pode arrumar, também, da seguinte forma, como já fiz: O autor escreveu de encontro a, mas ele queria dizer ao encontro de; então, para resolver o impasse, eu substitui de encontra a por [ao encontro de]. Cada vez que você quiser incluir algo no meio de uma citação, utilize colchetes/parênteses retos. Você pode usar os colchetes até para explicar algo no meio da citação.

Referências

ANTUNES, I. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.

CALVINO, I. Seis propostas para o próximo milênio: lições americanas. Tradução Ivo Cardoso. São Paulo: Companhia das letras, 1990.

_____. Por que ler os clássicos. Tradução Nilson Moulin. 6. reimp. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

LAJOLO, M. Meus alunos não gostam de ler…O que eu faço? Campinas, SP: Cefiel/IEL/Unicamp, 2005-2010. (Coleção Linguagem e Letramento em Foco).

PETIT, M. Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva. São Paulo: 34, 2008.

 

Os exemplos utilizados aqui foram retirados de minha dissertação de Mestrado Entre um texto e outro, o leitor em formação.

Imagem: Estudando. Disponível em: <https://goo.gl/qdUfrg>. Acesso em: 9 nov. 2017.
No próximo post sobre citações: citações indiretas. Aguarde!

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