Percentagem: verbo no singular ou no plural?
Hoje me perguntaram o seguinte:
“1% dos alunos frequenta o teatro”
ou
“1% dos alunos frequentam o teatro”?
Na verdade, ambas as sentenças estão corretas porque quando o sujeito é a união de um número percentual seguido de substantivo (Um por cento dos alunos) o verbo pode concordar com o número percentual (nesse caso: um por cento – singular) ou com o nome relacionado à percentagem (nesse caso: alunos).
Se tivermos uma frase ao contrário, ou seja, a percentagem é mais do que um e o substantivo é singular, o mesmo acontece: tanto faz o verbo no singular ou plural. Veja o exemplo:
- 56% do país votaram em Dilma Rousseff. (O verbo concorda com o número percentual-56%-plural).
- 56% do país votou em Dilma Rousseff. (O verbo concorda com o substantivo-país-singular).
Claro que se tivermos 56% dos eleitores o verbo ficará na forma plural -votaram, pois tanto o número percentual quanto o substantivo estão na forma plural.
Agora, para confundir um pouquinho, porque quando se trata de linguagem nem tudo são flores..:-)…Se a percentagem vem com um artigo (o, a, os, as), o verbo tem que concordar com o número. Veja o exemplo:
- Os 10% da verba serão encaminhados à educação.
Volte aos exemplos anteriores, eu não usei artigo antes dos números, por isso podiam variar.
Comentários
8 Comentários-
Em Portugal, quando o substantivo está no singular (como na frase 56% do país votou em Dilma Rousseff), o verbo tem que concordar com o substantivo preposicionado, ou seja, nesse caso só admitiria a forma na terceira pessoa do singular.
P.S. frase de mau gosto, pois 56% dos brasileiros nunca votaram em Dilma, mas sim 56% dos votos válidos apenas no segundo turno, numa eleição onde houve quase 35% de abstenções e votos nulos. Lembrando que, no primeiro turno, a maioria absoluta dos brasileiros não votou em Dilma. Sendo assim, ela nunca foi a primeira opção da preferência nacional (nem Lula nas duas eleições anteriores). Diferente de FHC, que ganhou ambas eleições no primeiro turno.
-
Uso esta forma, porém discordo totalmente dela, pois qualquer explicação que escutei ou li não foi boa o suficiente, inclusive a sua,
Quando digo, por exemplo, que a ação é executada pelo “56% das pessoas” eu coloco como sujeito da oração um número porcentual qualquer, neste caso o 56, que é um conjunto, uma parte do todo, do 100%. Considerando que é uma parte, eu digo “O 56% das pessoas fez tal e tal coisa”, pois o 56% é singular por ser UMA parte de um conjunto. O sujeito não é “das pessoas”, pois quem executa a ação é uma parte dela, neste caso o 56%. Uma parte das pessoas é singular, assim como 56% das pessoas.
É simplesmente ridículo tentar justificar logicamente algo que não há nenhuma explicação lógica.
Assim como em outras línguas e idiomas no mundo existem formas não lógicas que são assim e pronto, também existe esta forma no português, totalmente louca e illógica, mas é a língua e tá bom, é aceitável.
Porém, não tentemos racionalizar algo que razão não tem.
Léia Cook
Adoro estas tuas dicas…a gente vai memorizando devagar. Coloquei este teu post no twitter…bjsss