Funções do Se: parte 3
Falaremos agora sobre o uso do “se” como indeterminação do sujeito e sujeito acusativo:
Indeterminação do sujeito:
- Precisa-se de livros.
Quem precisa? Não sabemos.
- Morre-se de tédio.
Quem? Também não sabemos.
- Necessita-se de voluntários.
Quem necessita? Outra vez, não sabemos.
Sentenças assim, cujo sujeito não é claro, ou seja, ele é indeterminado, a partícula “se” tem a função de “Índice de indeterminação do sujeito”, pois não podemos apontar quem precisa, quem morre, quem necessita.
Você pode perguntar: O que é sujeito indeterminado?
Primeiramente: Não é possível determiná-lo – questão sine qua non.
Além disso:
O verbo encontra-se na 3ª pessoa do plural, sem a existência de uma pessoa que cometeu a ação:
- Enviaram o e-mail para o endereço errado.
- Disseram que ele chegou atrasado.
Quem enviou o e-mail? Quem disse que ele chegou atrasado? Não sabemos.
E ainda, o verbo encontra-se na terceira pessoa do singular mais a partícula se – detalhe – nesses casos o verbo é sempre transitivo indireto, ou seja, vem acompanhado de preposição.
- Precisa-se de mais tempo.
- Necessita-se de voluntários.
Neste último caso o sujeito é indeterminado e classificamos a palavra “se” como índice de indeterminação do sujeito.
Sujeito acusativo
O elemento “se” é considerado sujeito acusativo quando ele é sujeito de um verbo e objeto direto de outro ao mesmo tempo. Que enrolado! Mas um exemplo vai clarear, eu penso:
- Eles se deixaram levar pela indisciplina alheia.
Qual o objeto do verbo deixar? “se” que corresponde a “eles”.
Qual o sujeito do verbo “levar”? “se”.
Ou seja, o objeto do verbo deixar é “se” e o sujeito do verbo levar é “se” também. Quando isso acontece, a partícula “se” é chamada de sujeito acusativo, afinal foram eles mesmos os responsáveis por cometer uma ação e por ser o objeto dessa ação.
É...complicado, mas nem tanto.
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